quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bloco III

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BLOCO III

Temas Médicos – Medicina Aeroespacial

 

Composição do corpo humano:

Células > tecidos > órgãos > aparelhos > organismo humano.

Descrição sumária do corpo e do organismo humano:

Cabeça (Crânio e face);

Pescoço;

Tronco (Tórax, abdômen, pelve);

Membros superiores (ombros e mãos);

Membros inferiores (quadris, coxas, joelhos, pernas, tornozelos e pés).

Células

Glóbulos vermelhos ou hemácias: transportam oxigênio do pulmão para os tecidos e o bióxido de carbono inversamente.

Glóbulos brancos ou leucócitos: defesa do organismo.

Plaquetas: faz parte da coagulação sanguínea.

Plasma sanguíneo: a porção líquida do sangue. Facilita coagulação.

Tecidos: conjunto de células. Podem ser classificados em quatro grupos principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.

Tecido epitelial: Forma a epiderme, a camada mais externa da pele, e internamente, reveste órgãos como a boca e o estômago. O tecido epitelial também forma as glândulas – estruturas compostas de uma ou mais células que fabricam, no nosso corpo, certos tipos de substâncias como hormônios, sucos digestivos, lágrima e suor.

Tecido conjuntivo: A principal função é unir e sustentar os órgãos do corpo. Apresenta diversos grupos celulares que possuem características próprias. São eles: tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo, tecido sanguíneo.

Tecido adiposo: formado por adipócitos (células que armazenam gordura). Encontra-se abaixo da pele (panículo adiposo) e disposto em volta de alguns órgãos. Fornece energia para o corpo; atua como isolante térmico; oferece proteção contra choques mecânicos (pancadas, por exemplo).

Tecido muscular: possuem a capacidade de se contrair e alongar (contratilidade). Têm o formato alongado e promovem a contração muscular (permite os diversos movimentos do corpo).

Há três tipos: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

  • Liso não depende da vontade do indivíduo (órgãos internos).
  • Estriado esquelético apresenta uma contração rápida e voluntária. Está ligado aos ossos e atua na movimentação do corpo.

Tecido nervoso (neurônios): são capazes de receber estímulos e conduzir a informação para outras células através do impulso nervoso. Têm forma estrelada e são células especializadas. O tecido é encontrado no cérebro e na medula espinhal.

Glândulas: são pequenos órgãos de ação específica:

Podem ser de secreção externa: salivares, sebáceas, etc. ou interna: lançam hormônios no sangue (tiróide, hipófise, etc.).

Influência do vôo sobre o ser humano

As variações da atmosfera como pressão, temperatura, umidade, luminosidade, etc., fazem com que o corpo humano responda de acordo com tais alterações.

Altura

Pressão

Umidade

Temperatura

aumenta

diminui

diminui

cai 2°C a cada 1.000 pés

Influências das variações da pressão atmosférica (Aerobaropatias)

Agem sobre os gases cavitários do organismo, comprimindo ou até rompendo tecidos circunvizinhos (quadro clínico mais grave).

Cabeça: é dividida em Crânio e face.

O crânio protege o encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco cerebral)

Os seios frontais são duas cavidades cheias de ar existentes no osso frontal. Existem, também, os seios maxilares (ossos maxilares superiores) comunicando-se com as fossas nasais por meios de orifícios.

Aerosinusobaropatias (expansão do ar nos seios da face)

Podem ser obstrutiva (desvio de cepto, carne esponjosa) ou não obstrutiva (secreções, rino ou rasofaringe, rinite alérgica, etc.).

Sintoma: dor no seio facial afetado (geralmente seios frontais);

Tratamento: corrigir problemas obstrutivos antes do vôo (cirúrgico). Nos casos não obstrutivos: descongestionantes antigripais (evitar os que causem efeitos colaterais), analgésicos, antialérgicos.

Aerootobaropatias / Aerotites / Barotraumas de (ouvido médio)

Aparelho Auditivo

 

No crânio, encontra-se o aparelho auditivo, composto de:

 

Ouvido Externo

1 Conduto auditivo externo

2 Membrana do tímpano

Ouvido Médio

3 Martelo

4 Bigorna

5 Estriba

6 Trompa de Eustáquio

Ouvido Interno*

7 Canais semicirculares

8 Cóclea (caracóis)

9 Nervo auditivo

*7 e 8: formam o “labirinto”

Dentro da cavidade do ouvido médio, encontra-se o ar que se comunica com o exterior através da Trompa de Eustáquio (ou tuba acústica), cuja parte distal localiza-se na nasofaringe (encontro do nariz com a garganta. Pelo fato da trompa de Eustáquio ter paredes justapostas, a saída de ar se torna facilitada, enquanto que a entrada de ar para o ouvido médio se torna dificultada (descida da aeronave).

Obs.: Um bebê de colo pode indicar aerootobaropatias através de grande irritabilidade durante pousos / decolagens (contração dos braços em direção aos ouvidos).

Sintomas: otalgia (dor no ouvido), hipoacusia (diminuição da acuidade auditiva), zumbido, náuseas, vômitos, tonturas, ruptura do tímpano com presença de líquido sero-sangrento (alivia sintomas).

Tratamento: veja profilaxia – não adianta aplicar gotas no ouvido.

Profilaxia: Não voar resfriado ou gripado, mascar chicletes, bocejar ou deglutir, descongestionamento nasal (medicamento: Aturgyl), manobras de Valsalva (não recomendado para resfriados: pode romper tímpano).

Aerodontobaropatias (cavidades dentárias)

Ocorre quando houver degeneração da polpa dentária (formação de gases), obturações mal ocluídas, próteses dentárias.

Sintoma: dor intensa.

Tratamento: Somente abrindo o dente para a saída do ar (dentista).

Aerogastrobaropatias (estômago)/Aeroenterobaropatias (intestinos)

Sintomas: aerocolia (cólicas intensas), aerogastria (dor na área gástrica), opressão torácica devido meteorismo (acúmulo de gases), falta de ar, gera flatus (pum) e eructações (arrotos).

Prevenção: Evitar bebidas gasosas, fadiga, tensão emocional, alimentação copiosa (que alteram a pressão) ou que formem gases (feijão, cebola, repolho, pepino massas, doces, melão, etc.) antes e durante do vôo e tratar a alteração da flora intestinal.

Tratamento: Prevenção, mover-se na cadeira, andar (distribuição dos gases do intestino). Luftal.

Aeroembolismo

(aerobaropatia plasmática doença de descompressão)

Causadas pela pressão atmosférica sobre os valores da pressão do nitrogênio (presente no plasma sanguíneo) a partir dos 30.000 pés de altitude. Forma bolhas ou êmbolos de nitrogênio que se destacam na corrente sanguínea e nos tecidos onde há grande concentração desse gás (procura saídas como pele, ar do pulmão, etc.). Incide com mais frequência nas articulações, região torácica, pele e sistema nervoso central (mais perigoso, mas mais raro).

Acontece em despressurizações ou no cenário militar (acrobatas expostos às variações de pressão).

Sintomas: formigamento, falta de coordenação, cefaléia.

Influências das oscilações da temperatura

Zona de resfriamento do corpo: 24°C para menos;

Zona de regulagem vasomotora: 25°C a 29°C (conforto térmico);

Zona regulagem de evaporação: 29°C para mais.

Umidade

A concentração ideal de umidade é de 30 a 40%, mas em algumas aeronaves esse nível pode ser de até 13%.

Pode ocorrer desidratação das mucosas e do organismo devida a baixa umidade na cabine. Ingerir de 2 a 3l de água, leite ou suco de frutas, usar creme hidratante, colírio do tipo lágrima durante o vôo (prefira óculos a lentes), respirar através de um pano umedecido com água e lavar as narinas com soro fisiológico.

Obs.: Não use para hidratação: chá, café ou bebidas alcoólicas.

Influências dos ruídos e vibrações do avião

Os ruídos da aeronave causam irritabilidade (> 40 decibéis), perturbações auditivas (> 90 decibéis), trauma acústico grave (>120 decibéis), cefaléia, náuseas, nervosismo e transtorno menstruais pela atuação dos sons supersônicos inaudíveis. Havendo atuação concomitante de vibrações, agravam-se ainda mais os efeitos danosos dos ruídos.

Pressurização: na cabine de tripulantes e de passageiros obtém-se a pressão entre 6 e 8 mil pés (média de 7.000 pés) através do sistema de pressurização. A pressão dentro do avião é sempre MAIOR que a pressão externa real.

Descompressão:  perda total ou parcial da pressurização.

Pode ser lenta, rápida ou explosiva.

Efeitos: surpresa (estampido e nevoeiro), hipóxia, barotraumatismo (ouvido médio), aeroembolismo (pequeno risco), frio (de +15°C a -56°C a 12.000m), sopro, descompressão brusca dos gases pulmonares, inconsciência, dores torácicas e laríngeas, parestesia em membros inferiores e face, tosse, embolia gasosa, parada respiratória, náuseas/vômitos, cefaléia, transtorno da visão, choque, vertigens, quadriplegiapneumomediastinopneumotóraxenfisema subcutâneo.

Enfisema subcutâneo – Muito rara, geralmente está relacionado com a introdução inadvertida de ar dentro do tecido.

Parestesia – Sensação cutânea subjetiva: frio, calor, formigamento, pressão, etc.

Pneumotórax ou colapso do pulmão – Acontece quando o ar escapa dos pulmões ou extravasa através da parede torácica e entra no espaço entre as membranas que revestem o pulmão e a parede do tórax (cavidade pleural)

Pneumomediastino – Presença de ar na região do mediastino (região do tórax entre o coração e o esterno)

Quadriplegia – Tetraplegia temporária

Fadiga aérea

Caracterizada por uma diminuição da eficiência do desempenho de alguma atividade por causa de influências negativas como: condições de repousos; roupas, acessórios e equipamentos pessoais desconfortáveis; condições meteorológicas; certas características da aeronave; fatores tóxicos (excesso de monóxido e dióxido de carbono); ritmo circadiano alterado, condições físicas do indivíduo; fatores psicológicos pessoais, etc.

Causa decréscimo das funções psicomotoras, estreitamento da faixa de atenção, aceitação de um baixo padrão de desempenho, diminuição da vigilância (estado de alerta), irritabilidade, ineficiência.

Tipos: operacional aguda, crônica de vôo e física (ou muscular).

Prevenção: Afastamento ou atenuação das condições desencadeantes: físicas, fisiológicas e psicológicas.

Tratamento: bebidas estimulantes com moderação (ex. café), alimentações glicídicas (doces), medicamentos devem ser evitados por causa dos efeitos colaterais.

 

Primeiros Socorros

 

Introdução

O socorrista deve ter conhecimento do manual de primeiros socorros, classificar, avaliar e assumir conduta adequada prontamente, prestando os cuidados rápidos e eficientes.

Biosegurança: Preservação da própria saúde para poder socorrer. Calçar luvas, proteger-se com roupas e sapatos fechados, fazer curativo oclusivo em si para evitar contaminações, utilizar óculos e máscara para atendimento (se possível).

Após o atendimento: Desprezar luvas, lavar mãos e antebraço, retirar vestimentas porventura contaminadas.

Protocolo de conduta adequada

  1. Vias aéreas*
  2. Respiração*
  3. Circulação*
  4. Hemorragias
  5. Choque
  6. Lesão de crânio/coluna vert.
  7. Ferimentos abertos tórax
  8. Ferimentos abertos abdome
  9. Grandes queimaduras

Lesões osteoarticulares (luxações, entorses, fraturas...)

 

*Avaliação primária (emergência)

Atendimento pré-hospitalar: no local onde ocorreu a emergência e durante o transporte para o hospital. Iniciar o tratamento de modo precoce, estabilizar as funções vitais, prevenir complicações e transportar o doente, com segurança, para o hospital.

Classificação do paciente de acordo com a gravidade:

Rotina: pode ser retardado por várias horas sem risco de vida;

Urgência: atendimento deve ser feito dentro de poucas horas;

Emergência: atendimento deve ser imediato.

Atendimento inicial: para rápida avaliação das funções vitais e emprego das medidas para mantê-las. As primeiras medidas podem ser destinadas à desobstrução de vias aéreas, à ventilação e oxigenação, à remoção de fatores que causem distúrbios na função dos sistemas nervoso central e cardiocirculatório (pulso). Geralmente a insuficiência respiratória é tratada de imediato com a ressurreição cardiopulmonar sem que seja diagnosticada a causa da parada.

Anamnese: Cuidado para que o interrogatório no ato do atendimento seja voltado à confiança do paciente. Faz parte do atendimento secundário (4 - 10 da tabela “Protocolo de conduta”).

Fluxograma de atendimento à vítima

Inconsciente

Consciente

Solicite ajuda

Avaliação secundária

Posicione a vítima

Checar hemorragias e choque:

Avaliação primária

Ausente:

Presente:

Verificar respiração, ver, ouvir, sentir (max. de 3 a 5s)

 

Hemostasia

Entrevista e exame clínico

Não respira

Abrir vias aéreas /

duas insuflações rápidas

Airways, Breathing, Circulation

Pulso ausente

Pulso presente

Inicie RCP

Respira:

Após 12 insuflações cheque o pulso (não demore > 10s)

Seguir com a avaliação secundária

Se pulso presente, mas não respira / respiração instável: continuar com insuflações até a respiração ficar estável

 

Sistema Circulatório

Coração: o centro do sistema circulatório. Circula o sangue arterial (oxigenado) e venoso (vindo dos tecidos, com pouco oxigênio) através de um imenso sistema arteriovenoso de vasos sanguíneos (fig. abaixo).

Divide-se em quatro partes: átrio direito e esquerdo, ventrículo direito e esquerdo que se comunicam por um orifício chamado atrioventri-cular, onde ficam as válvulas tricúspide, mitral, aorta (es-querdo - circulação sistê-mica) e pulmonar (direito - pequena circulação), válvu-las semilunares.

 

Dados vitais

Pulso: Verificar carótidas, pescoço e pulso radial (punho);

Frequência arterial: entre 60 e 100/min. (adulto).

Maior que 100 = taquisfigmia / Menor que 60 = bradisfigmia

Criança: 10 a 100. Lactentes/bebês: 90 a 120. RN (Recém-Nascido) – 120 a 160/min.

Ritmo: (se descompassado),

Intensidade: (pulso fino: filiforme);

Frequência respiratória

É o número de movimentos respiratórios por minuto. Veja tabela de Assistência Ventilatória.

  • Ritmo (respiração irregular, pausas entre os movimentos respiratórios);
  • Profundidade (anormal, superficial, profunda [grande amplitude]);

Sistema Respiratório

Os pulmões – responsáveis pela respiração – constituem-se de numerosas e minúsculas cavidades alvéolos, onde se processam as trocas gasosas entre o ar atmosférico e o sangue.

Ciclo cardíaco: do início de uma contração cardíaca até o final da mesma;

Circulação sistêmica ou periférica (grande circulação) – se estende a todo corpo – “periféricos” são os membros, órgãos, etc.

Circulação pulmonar (pequena circulação) – entre pulmão-coração.

Anóxia: ausência total de O2 nos tecidos.

 

 

Hipóxia (mal da altitude): deficiência (ou queda parcial) de oxigênio nos tecidos.

Sintomas da Hipóxia:

De 35 a 40 mil pés com exposição de 15 a 45min: Inconsciência imediata (com ou pequeno ou nenhum aviso)

De 20 a 25 mil pés com exposição de 5min: acontece o mesmo que a zona 15 a 18 mil pés, mais pronunciado, com eventual inconsciência

De 15 a 18 mil pés com exposição de 30min: Perturbações no raciocínio e visão, euforia, excesso de confiança, desprezo pelas percepções sensoriais, má coordenação, sonolência, tontura, mudança de personalidade, médio-cianose, belicosidade

De 10 a 14 mil pés com exposição durando horas: Cefaléia, apatia, fadiga, etc.

Cianose: coloração violácea que acontece nas unhas, dedos, pele e mucosas devido a uma deficiência no transporte de oxigênio.

Apnéia: ausência dos movimentos respiratórios.

Dispnéia: dificuldade de respirar (falta de ar); aumento do ritmo e intensidade da respiração devida à falta de ar provocada pela deficiência na oxigenação dos tecidos.

Taquipnéia: frequência respiratória acelerada, mas superficial.

Bradipnéia: frequência respiratória diminuída.

Normopnéia ou eupnéia: frequência respiratória normal.

Hiperpnéia: frequência respiratória acelerada e profundidade aumentada.

Hiperventilação: quando a respiração aprofunda e acelera apresentando uma hiporcabia (queda do CO2). Acontece nas subidas para grandes altitudes (ansiedade e excitação).

Tipos de hipóxia

  • Anóxica: produzida por deficiência na oxigenação do sangue dos pulmões. Em grandes altitudes é chamada de hipóxia hipobárica.

Tratamentomanter paciente sentado (ou semi-sentado), observar se ocorre sonolência (neste caso o uso de oxigênio é restrito), desobstruir vias respiratórias em caso de cianose em paciente inconsciente e aplicar O2 até que esta desapareça.

  • Anêmica: deficiência no transporte de oxigênio pelo sangue. Acontece nas anemias ou intoxicação da hemoglobina (monóxido de carbono).

Tratamento: administrar O2 pressurizado. Cessar sangramento.

Obs.: qualquer pax que tenha problmas respiratórios não poderá erceber O2 em excesso, pois pode acarretar uma hiperventilação (falta de CO2 no sangue) e evoluir para uma parada respiratória.

Isquênica ou estagnante: deficiência na circulação sanguínea, acarretando em desgaste da quantidade de oxigênio antes de sua chegada nos tecidos.

Tratamento: não é necessária aplicação de O2, combater a causa do distúrbio (problema circulatório).

  • Histotóxica: quando os tecidos não conseguem aproveitar o oxigênio, mesmo que presente no sangue. Tratamento: hospitalar.
  • Formas combinadas: quando ocorre dois ou mais fatores citados.

Temperatura

Locais mais utilizados para medir: temperatura axilar, retal e oral.

Febre muito alta

Acima de 40°C (hiperpirexia)

Ausência de febre

Apirexia

Normotermia 36°C

Entre 36 e 37°C

Hipotermia

Abaixo de 36°C

Acima de 41°C: o parênquima (tecido básico funcional dos órgãos) começa a se danificar. Acima de 43,3°C há risco de morte (adotar banho com água fria, antipiréticos). A aspirina não abaixa a temperatura. A dipirona diminui em torno de 1°C.

A exposição por 20 a 30 min. ao frio (chegando a 25°C internos): pode causar morte por fibrilação cardíaca (adotar aquecimento).

A “geladura” que chega a 20°C internos: aplicação de calor úmido na forma de tratamento em banheira ou com sacos quentes, com água, a quase 43,3°C (se menos, perda de eficácia, se maior, queima a pele).

Aparelho visual

Pupilas

Diafragma controlador de intensidade de luz que entra nos olhos. Normalmente são do mesmo tamanho e se contraem com a luz.

  1. Dilatadas

Midríase

  1. Contraídas

Míose

  1. Iguais em tamanho

Isocóricas

  1. Tamanhos diferentes

Anisocóricas

  1. Contraem-se com o estímulo luminoso

Reativas

  1. Não se alteram com a presença de luz

Não reativas ou fixas

Podem indicar lesões ou disfunções cerebrais: traumatismos cranianos e crânio encefálicos (4), abuso de drogas como LSD e anfetaminas (1 e 5), AVC (4), etc.

Traumatismo do globo ocular

Externo: pálpebras e supercílios.

Interno: esclera, córnea, globo ocular, etc.

Conduta: não utilizar antissépticos convencionais, lavar com água ou soro fisiológico, não remover corpo estranho, ocluir (fechar) olhos com gaze, não coçar, encaminhar hospital.

O curativo deverá ser oclusivo-frouxo no caso de contato com produtos tóxicos.

Pele (sistema tegumentar)

Anomalias frequentes:

Vermelho-cereja

Envenenamento por monóxido de carbono

Branca pálida

Choque – ataque cardíaco, susto, anemia, desmaio, angústia emocional.

Azulada cianótica

Asfixia, hipóxia, ataque cardíaco-envenenamento, etc.

Amarela ictérica

Doença hepática.

Preta ou azulada

Hematoma, equimose – infiltração de sangue sobre a superfície da pele.

Emergências médicas

RCP - Ressuscitação cardiopulmonar (MCE + RA)

Deve ser aplicado em, no máximo, 4 min. As possibilidades de recuperação após esse período tornam-se escassas e a recuperação, quando alcançada, geralmente acompanha lesões cerebrais irreversíveis. No diagnóstico deve-se observar:

  • Ausência de pulso, dos sons cardíacos, apnéia, dilatação das pupilas (midríase não-reativa [1 e 6]) (processo ver, ouvir e sentir).

Tratamento: (imediato) – promover ventilação e circulação artificial.

Causas:

  1. Oclusão da hipofaringe pela base da língua;
  2. Regurgitação do conteúdo gástrico;
  3. Corpos estranhos.

Desobstrução das vias aéreas

Pescoço

  • Anteriormente: Parte das vias aéreas formadas pela laringe e traquéia;
  • Posteriomente: Sete vér-tebras da região cervical
  • Entre as duas = esôfago (liga boca - estômago)
  • Lateralmente: vasos san-guíneos para irrigação e drenagem da cabeça (por cada lado passam 1 artéria carótida e 1 veia jugular)
  • Entre a laringe e o músculo = artéria carótida
  • No meio da regiao anterior

“pomo de adão” e glândula tireóide

Tireóide = sistema endócrino: (fabricam hormônios e lançam no sangue para distribuir ao corpo)

Também conhecida como manutenção das vias aéreas permeáveis: medidas destinadas a desobstrução das vias aéreas.

Colocar pax em decúbito dorsal e cabeça em hiperextensão (a mandíbula se desloca pra frente promovendo o estiramento dos tecidos que se ligam à faringe removendo-se a obstrução da hipofaringe pela base da língua). Ajude a mandíbula com as mãos caso ela não abra (o palato mole pode ainda estar desobstruindo).

Limpeza da via aérea supraglótica (presentes na orafaringe devem ser retirados – revestir dedos com lenço ou gaze ou aspirador).

  • Ventilação artificial (respiração artificial ou insuflação) Pode ser feita:

- pelo ar expirado do ressuscitador (utilizar mascara oro-nasal);

- máscara facial conectada à bolsa insuflante tipo Ambu;

- tubo endotraquial conectado a uma bolsa ligada a uma fonte de O2;

- traqueostomia (não utilizada pelo socorristas).

  • MCE (massagem cardíaca externa): ajoelhar-se ao lado do paciente, por as mãos sobrepostas no esterno (junção posterior das costelas, abaixo dos mamilos), deixar a coluna e os braços retos e pressionar alguns centímetros.

RA MCE (massagem cardíaca externanão podem coincidir, devem ser sincronizadas. No início da ventilação ela deverá ser mais rápida (em seguida, 12 insuflações/min.).

  • Gastar (máximo) 5 seg. a cada insuflação e massagem cardíaca.

O ar que sai dos pulmões retira apenas 5% de O2 da atmosfera (que tem 21%), ou seja, uma insuflação leva, ainda, 16% de O2 para o pax.

Tríplice de propulsão da mandíbula: utilizada quando da lesão da coluna. Consiste no deslocamento somente da mandíbula para frente para desobstrução das vias aéreas (não flexionar pescoço).

Caso haja pulso, mas não haja respiração espontânea após as primeiras insuflações, continue o ciclo até o retorno. Não inicie a RCP se o pax já tiver pulso carotídeo (artéria que passa no pescoço).

Parada cardiorrespiratória: apnéia zero, midríase paralítica, ausência de sons cardíacos.

Assistência Ventilatória

Movimentos respiratórios / min.: NORMAL

Insuflações X MCE

Tempo

RN (até 28d)

Bradipnéia

40-60

Taquipnéia

1 Insuf. X 2 MCE

2 seg.

Bebê (29d -1a)

30-40

1 Insuf. X 3 MCE

3 seg.

Criança (1-8a)

20-30

1 Insuf. X 3 MCE

3 seg.

Adulto (rep/+8a)

12-15

1 Insuf. X 5 MCE

5 seg.

Adulto (+8a)

15-20

1 Insuf. X 5 MCE

5 seg.

Lê-se: Para cada 1 insuflação, 5 movimentos cardíacos externos.

Na apostila: 2 insuflações (sopros) para cada 15 pressões (MCE).

1 socorrista: 15x2 (quinze massagens para cada 2 respirações)

2 socorristas: 5x1

Ventilação boca a boca e para crianças deve ser oro-nasal.

Erros mais comuns:

Falha no selo da boca, narinas vazantes de ar, posicionamento incorreto da cabeça, vias aéreas obstruídas, ventilações muito rápidas ou lentas demais. Cuidado com a pressão exercida sobre o corpo do pax: pode ocorrer lesão de ossos importantes como na coluna.

Não continuar a RCP quando houver:

  • Ferimentos graves (encéfalo esmagado, decapitação, etc.)
  • Recém nascidos nati-morto (nascem mortos) com mau cheiro.
  • Médico no local.

Óbito: quando há a total e irreversível parada das funções encefálicas.

Continuar a RCP até os batimentos cardíacos e a ventilação espontanea retornar, houver outro socorrista treinado, exaustão (30min a 1h, apesar de serem difícieis as chances após esse tempo de recuperação de uma vítima).

Desmaio, síncope ou lipotimia

Abolição da consciência temporária e de curta duração.

Causa: falta de o2 no cérebro. Acontece em quadros de: dor, ansiedade, medo, punção venenosa, ambientes superpovoados ou pouco ventilados, observação de cenas desagradáveis.

Sintomas: Náuseas, sensação de calor, dispepsia (mal-estar epigástrico) taquicardia, visão borrada, palidez e mucosas descoradas. Observa-se: midríase, pulso fino e rápido, respiração lenta e superficial.

Conduta: Afrouxar as vestes, elevar pernas, manter o local ventilado.

Vertigens

Sintomas: sensação do mundo girar.

Tratamento: tratar a causa: poltrona mais ereta, diminuir luminosidade, afrouxar as vestes, repousar e arejar o pax.

Aerocinetose, enjôo ou mal do ar

Distúrbio neuro-vegetativo psíquico e sensorial provocado pelo movimento do avião (oscilação do labirinto).

Sintomas: palidez, sudorese fria, salivação, náuseas, ânsia, vômitos, cefaléia, sonolência, hipotermia, leve hipotensão, muita micção.

Tratamento: iluminação atenuada, afrouxar vestes e ventilar, não dar alimentos (após melhora: líquidos gelados, gelo ou limão), colocar a cabeça para trás e reclinar a poltrona, respirar profundamente, antieméticos (Dramim, Plasil) – neste caso se dormir, lateralizar a cabeça para (se houver) o vômito não causar sufocamento.

Choque

Insuficiência circulatória aguda decorrente do mau funcionamento dos tecidos e órgãos vitais. Etiologia:

Hipovolêmico (perda de sangue: acima de 20%);

Cardiogênico (origem cardíaca: Infarto Agudo do Miocárdio, etc.);

Sepcêmico (infecção generalizada);

Anafilático (alérgico, com edema de glote);

Neurogênico (origem neurológica – traumatismo craniano, etc.).

Diagnóstico: palidez, pele fria, úmida e pegajosa, pulso fino e rápido, hipotensão, taquipnéia, sede, frio, cianose.

Tratamento: vítima em DDH (Decúbito Dorsal Horizontal), afrouxar vestes, elevar membros inferiores a 30 cm (sem trauma), elevar prancha (c/ trauma), aquecer pax, não dê nada pela boca, se possível, oxigenoterapia.

Hipertensão Arterial

Elevação súbita ou acentuada pressão arterial que ameaça a vida, se não tratada pode evoluir para um AVC (Acidente Vascular Cerebral - derrame).

Sintomas: cefaléia intensa, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, confusão mental, epistaxe.

Tratamento: repouso absoluto, dieta hipossódica, na ausência de médico, avisar CTE (ele poderá pousar para socorrer pax). Medicar somente se o pax tomar medicamentos controlados (e seguir prescrição médica).

Insuficiência Coronariana

Quando o O2 no miocárdio é inferior ao necessário.

 

Angina

IAM

Dor

Precordial (à frente do coração)

Idem

Tipo

Constritiva (em aperto)

Irradiação

Abdômen, tórax, pescoço, mandíbula e braço

Duração

Aproximadamente até 10min (geralmente menos de 5min)

acima 30minutos

Angina Pectoris (“dor no peito” em latim) – (insuficiência moderada): não há lesão no miocárdio (tecido cardíaco);

IAM (ataque cardíaco) – (ausência de circulação no miocárdio): morte do tecido cardíaco.

Sintomas: sudorese intensa, palidez, taquisfigmia (pulso fino e acelerado), taquicardia, bradicardia (diminuição na frequência cardíaca), ansiedade/agitação, dispnéia, dores (descritas na tabela).

Tratamento: jejum, repouso absoluto, afrouxar vestes, oxigênio.

Obs.: NÃO MEDICAR.

Um infarto pode evoluir para parada cardíaca, insuficiência cardíaca com edema pulmonar (acúmulo anormal de líquido nos tecidos dos pulmões) e choque.

Hemorragias ou Traumatismos Vasculares

Externa (a olho nu);

Interna (por meio dos dados vitais e sangue em materiais oriundos da boca, urina, fezes, etc.);

Arterial – O sangue é expelido de forma intermitente (pulsátil) e de cor vermelho-vivo (grave)

Venosa – Menor intensidade, flui continuamente (babando) e de cor vermelho-escuro.

Capilar – menor importância (vasos de pequeno calibre) tendem à coagulação espontânea.

Tratamento (Hemostasia): compressão local com gazes (não retirar, soemente sobrepor), elevação membro afetado (se possível asima do coração), pinçamento pontos arteriais (juntar os dois lados da pele do corte), compressão do tronco arterial mais próximo (braquial – membros superiores, femoral – membros inferiores, temporal – couro cabeludo).

Torniquete ou garrote: prejuízo maior que o benefício – NÃO FAZER.

Vasoconstrição: contrição da musculatura ao redor do vaso afetado.

Hemorragias especiais

Epistaxe: nasal. Inclinar cabeça para trás e corpo para frente. Usar bolsa de gelo, tampar com gaze;

Otorragia: ouvido – tratamento somente drenando-o;

Hemoptise: provindo dos pulmões – por escarro (casos de lesões, tuberculose, câncer de pulmão) ou tosse;

Hematêmese: proveniente do estômago, acompanhando náuseas e vômito. Usualmente contém restos alimentares;

Melena: Presença de sangue nas fezes (negras e pegajosas);

Enterorragia: sangue vindo das porções finais do tubo digestivo (sangue vivo nas fezes).

Hematúria: sangue na urina;

Metrorragia: oriundo do aparelho genital feminino.

Estado asmático

Resultado do acúmulo de secreções dentro da luz brônquica ou edema e inflamações de mucosa brônquica, causando obstruções e dificultando expirações.

Sintomas: Início súbito, chiados, dispnéia expiratória, tosse.

Tratamento: Decúbito elevado ou semi-sentado, broncodilatadores (bombinha), hidratação e oxigênio (se necessário).

Epilepsia

Descarga neural súbita, excessiva e anormal de um grupo de neurônios do SNC (Sistema Nervoso Central). A causa, muitas vezes, é desconhecida. Não é contagiosa.

Sintomas:

  • Grande mal: grito epilético, perda consciência, contrações musculares, olhar vago, descontrole esfincter urinário (músculo que controla a urina), sialorréia (baba), sudorese, cianose – tem duração de 1 a 3 minutos.
  • Pequeno mal: perda fugaz da consciência que dura alguns segundos.

Conduta:

  • Durante:

Proteger pax (pode se debater em objetos que podem machucar).

  • Na fase de relaxamento: coloque-a em posição de recuperação, limpar secreções e sangue, administrar oxigênio e jamais deixar a vítima sozinha.

Hipertensão intracraniana

Aumento do volume cerebral; pode ser decorrente de infecções e inflamações do SNC, (meninges, encéfalo, etc.), tumores (necessária permissão médica), aneurisma, AVC (casos recentes=dependerá de avaliação médica pois é altamente não-recomendada), etc.

Sintomas: cefaléia intensa, vômito em jatos, turvação visual.

Diabetes Mellitus

Aumento da glicose circulante (hiperglicemia) em virtude da diminuição da insulina (pâncreas afetado).

Sintomas diabetes ou “Tríade diabética”: polifagia (fome excessiva), polidipsia (sede intensa), poliúria (aumento do volume urinário);

Sintomas secundários: perda de peso, fraqueza, desidratação, náusea, vômito, hálito cetônico (mau hálito).

Fase aguda: coma diabético, cetoacidose (baixo pH / alta acidez corporal), hipotermia, respiração rápida e profunda (respiração de kussmaul ou “fome de ar”).

Tratamento: suspender alimentação, convocar médico a bordo, dar água em grande quantidade.

Hipoglicemia

Diminuição da glicose no sangue.

Sintomas: suor frio, tontura, tremores, palidez, midríase, taquicardia, náuseas, fraqueza e fome.

Tratamento: convocar médico a bordo, agasalhar pax, se consciente, ministrar líquido açucarado.

Alcoolismo

Tolerância e dependência ao álcool.

Sintomas: Tremor, sudorese, delírio, alucinações, distúrbios convulsivos (delirium tremens), incoordenação motora e visual, náuseas, vômito, taquisfigmia, midríase, hipotermia, convulsão, retenção ou incontinência urinária ou fecal.

O efeito do álcool é potencializado de 2 a 3 vezes em vôo.

Conduta: suspender o consumo de álcool, manter pax sentado e oferecer algo (café forte) doce.

Afogamento

Asfixia por submersão em meio líquido com ou sem aspiração.

Pálido – não aspirou o líquido (morre por susto / medo de se afogar).

Cianótico – vias aéreas invadidas, flácido, frio e cianótico; presença de líquido espumoso branco ou avermelhado na boca e nariz.

Conduta: manter funções respiratórias e cardíacas.

Colocar pax em decúbito ventral e lateralizar cabeça, puxe os braços para cima.Use as mãos para exercer pressão no dorso (costas).

Queimaduras

Gravidade quanto a profundidade:

1° grau: superficial (epiderme), eritema (vermelhidão);

2° grau: (epiderme e derme) presença de bolhas (ou flictemas) além de dor e eritema;

3º grau: (epiderme, derme, tecidos subcutâneos ou profundos) apresenta escaras amarelas e necrose dos tecidos e  não pouco.

Quanto à extensão: aplicar a regra dos nove:

  • Baixamenos de 15% da superfície corporal atingida;
  • Médiaentre 15 e menos de 40% da pele coberta;
  • Altamais de 40% do corpo queimado.
  • Geralmente queimaduras que atingem mais de 20% já são consideradas graves.

Agentes causadores:

Térmico, químico, elétrico e radiação.

Tratamento:

Lavar com água corrente ou soro fisiológico, evitar tocar área queimada, não retirar a roupa grudada, fazer curativos com gaze embebida em vaselina, não furar bolhas, não colocar manteiga, creme dental, etc., separar dedos com gazes embebidas.

Prevenir choque – administre O2 caso haja insuficiência respiratória.

Insolação

Exposição prolongada aos raios solares (falha no mecanismo da sudorese).

Profilaxia: Evitar exposição prolongada ao sol, ingerir líquidos, banhar-se periodicamente.

Intermação

Consequência de ambientes superaquecidos ou mal ventilados - não há troca de calor organismo-meio (superaquecimento corporal). Ocorre mais em lactentes (-1a).

Tratamento:
Insolação e Intermação

Combater a hipertermia: remover para local fresco e arejadooferecer líquidos, e, se necessário, oxigenoterapia.

Hipertermia severa pode levar à uma convulsão (mais frequentes em crianças).

Intoxicações

Ingestão:

Interrogatório: Suicídio ou acidente? O que tomou? A que horas?

  • Guardar embalagens, restos e resíduos.

Provocar vômito do tóxico:

  • Dar água morna com sal;
  • Xarope de ipeca; ou
  • Dedo do pax na faringe

Funciona de 2 a 4 h após ingerida a substância no máximo.

Não provocar vômitos: em pessoas inconscientes ou que ingeriram ácidos(sulfúrico), álcalis (soda) ou derivados de petróleo (pneumonia irreversível).

Nestes casos o pax tem que ser hospitalizado (lavagem gástrica).

Inalação de tóxico

Monóxido de carbono:

Sintomas: dores de cabeça, fadiga, anemia, modificação de caráter, sonolência, coma, morte, etc.

Tratamento: Levar pax ao ar livre, afrouxar as vestes, administrar O2(se possível), se necessário, RCP (não fazer com a boca).

Tóxico sobre a pele: lavar com grande quantidade de água e retirar as vestes. Hospitalizar.

Ferimentos

Aberto (ruptura da pele) / Fechado (não há ruptura da pele);

Feridas secas – Curativos secos;

Feridas úmidas – Curativos úmidos (embebidos em pomadas, etc.).

Ferimentos fechados:

Contusão: trauma sem ruptura da pele (edema e hematomas);

Equimose: nódoa vermelha (pequenos vasos);

Hematoma: sangue de vasos maiores (coloração violácea);

Edema: inchaço.

Tipos de ferimento

Escoriação: superficial, atrito por superfícies ásperas (ralado);

Inciso: objeto cortante, sangrante, bordas regulares (ex. bisturi);

Contuso: ferimento muscular interno por pancada não-sangrante;

Corto-contuso: corte por pancada (machado);

Punctório: furo pequeno (como o de uma agulha);

Perfurante: pode ser um corte regular ou irregular, redondo e profundo (furo maior);

  • Transfixiante: perfurante que atravessa o segmento do membro.
  • Penetrante: quando entra uma cavidade;

Perfurocontuso: entra com forma redonda e queimada nas bordas e sai de forma irregular (bala de arma de fogo);

Lácerocontuso: complicação de um ferimento contuso, conseguindo formar retalhos. A pele fica “pendurada” (movimento  de “depilação”, mas parte da pele fica presa - tampo);

  • Escapelamento: arrancamento do couro cabeludo.

No kit de primeiros socorros do avião contém sabão, merthiolate, gaze, pinça e esparadrapo para fazer curativos de possíveis ferimentos a bordo.

Politraumatizado: apresenta traumas em várias regiões do corpo

Avaliar quadro clínico:

  • Grau de consciência;
  • Dinâmica dos olhos (para detectar lesões encefálicas);
  • Dinâmica respiratória e cardio-circulatória;
  • Pele e mucosas (coloração da pele e mucosa):

Rósea (normal)

Pálida: complicações circulatórias

Pontas dos dedos: se cianótica, indica má oxigenação do sangue, alteração pulmonar ou circulatória;

  • Movimentos voluntários;
  • Vômitos
  • Outros sinais: funções renais, febre, evacuação, sudorese, etc.

Trauma torácico

Fechado: contusão torácica (fraturas simples ou múltiplas das costelas);

Aberto: ferimento torácico (penetrantes que atingem a pleura – a pele que envolve os pulmões – o pericárdio ou o mediastino.

Complicações

Pneumotórax: ar na cavidade pleural;

Hemotórax: sangue na cavidade pleural; altera a ventilação pulmonar, reduz a capacidade – insuficiência respiratória - choque.

Lesões nas costelas: a dor piora com os movimentos respiratórios;

Lesões pulmonares: dor intensa (pontada) que piora ao respirar.

Hemoptise.

Conduta: manter pax em decúbito elevado (se consciente);

Decúbito dorsal com a cabeça lateralizada (se inconsciente);

Enfaixamento torácico (diminui os movimentos cardíacos e alivia a dor);

Se houver dispnéia intensa ou insuficiência: não fazer enfaixamento.

Trauma abdominal

Pode ser aberto ou fechado.

A não presença de arcabouço ósseo torna o abdômen vulnerável: risco de evisceração (lesão das vísceras).

Conduta (tipo fechado): jejum absoluto; (aberto) não tentar recolocar vísceras expostas, limpe com soro fisiológico sem tocá-las, recobrir com gaze embebida com soro fisiológico para mantê-las hidratadas (hospitalizar). Não tente retirar corpos estranhos do abdômen. Somente estabilize-os com algum curativo para não aumentar o ferimento.

TCE - Traumatismo cranioencefálico

Óssea: traumatismo craniano.

Profunda ou encefálica: o SNC é atingido. Geralmente os dois acontecem simultaneamente.

Sintomas: profunda, pulso cheio e lento, vômitos em jato, verificar respostas dos sentidos (audição, visão, etc.) se consciente verificar se há amnésia, pupilas anisocóricas (desiguais), ausência de movimentos musculares, convulsões, descontrole esfincteriano, otorragia atrás das orelhas (olhos de guaxinim – sinal tardio), epistaxe.

Tratamento: jejum, decúbito elevado (consciente), decúbito dorsal (inconsciente), eleve cabeceira se não houver indícios de choque (se isto ocorrer eleve os membros inferiores), usar gaze esterilizada e aplicar capacete de faixa e crepe sem compressão excessiva, umedecer boca com algodão embebido em água.

Não administrar medicamentos, e hospitalizar urgentemente.

Corpo estranho no nariz

Comprimir a narina não afetada, expelir ar pela narina afetada, não introduzir objetos no nariz. Se não resolver, aguardar o médico.

Corpo estranho no ouvido

Não introduzir objetos.

Corpo móvel (insetos): fonte de luz perto do ouvido, óleo ou azeite (colocar o ouvido para cima e depois mudar a posição para escorrer o óleo);

Corpo imóvel: óleo ou azeite. No caso de água – 2 gotas de álcool (ocorrerá evaporação).

Aspiração / ingestão de corpo estranho

Tossir ou provocar vômito. Se não conseguir, realizar a Manobra de Heimlich:

Consciente: Abraçar a pessoa por trás, com as mãos bem seguras fazer um movimento circulado de baixo para cima.

Inconscientegrávida ou obeso: em decúbito dorsal, pressionar abaixo do arco costal com as mãos.

Sozinho: procurar um objeto que possa ser pressionado contra o estômago (ex. encosto de uma cadeira).

Bebês: deite-o sobre um dos antebraços e a mão apoiando a cabeça do bebê; aplique quatro golpes rápidos nas costas (entre as escápulas). Vire-o de costas (cabeça ligeiramente lateralizada), coloque as pontas de dois dedos sobre o tórax (entre os mamilos) e comprima rápida e delicadamente quatro vezes. Não desistir.

EntorseDistorção ou Distensão:

Ruptura total ou parcial de ligamentos (sai do lugar e volta).

Sintomas: dor intensa ao movimentar-se e edema.

Conduta: repouso, imobilização com faixa, gelo, analgésicos.

Luxação: deslocamento dos ossos de uma articulação.

Sintomas: dor intensa, deformação da junta, impossibilidade de movimentação.

Conduta: gelo, imobilizar do jeito que está para não movimentar-se, analgésico, repouso e hospitalizar. Ao tentar colocar no lugar.

Traumas de coluna cervical, dorsal, lombar ou sacroccigeana

Decúbito dorsal (maca rígida), não permitir movimento da cabeça se houver lesão cervical.

As fraturas na coluna vertebral são mais perigosas ao ponto que são mais altas, pois por ela passa a medula óssea, que, perto do crânio é mais densa, com mais vasos responsáveis por várias funções vitais.

IMPORTANTE: Há 33 vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccíneas.

Fraturas

Quebra da continuidade de um osso.

Podem ser por traumas, por fadiga ou stress (pequenas fissuras repetidas) ou fratura patológica (osteoporose, câncer, etc.).

Fratura exposta: (não se comunica com o externo).

Obs:

Diáfise: interno do osso (aerado).

Epífise: externo do osso (compacto);

 

 

Doenças Ifecto-Contagiosas e de Notificão Compulsória

 

 

Doenças infecto-contagiosas:

Podem ser transmitidas e contagiam através de secreções, beijos, relações sexuais, partículas em suspensão, etc. (entre pessoas)

Endêmica: sua presença é contínua em determinada região geográfica;

Epidêmica: Quando o número de casos excede a incidência normal

Pandêmica: Pessoas de uma extensa região geográfica (vários países, ou quase o país inteiro) são atingidas por uma doença.

Doenças de notificação compulsória

É um registro que obriga e universaliza as notificações, visando o rápido controle de eventos que requerem pronta intervenção.

São objetos de notificação compulsória:

Febre amarela, cólera, tuberculose, tétano, doença meningocócica e outras enfermidades, febre tifóide, leishmaniose, sífilis, encefalite por arbovírus, malária, varíola, poliomielite, raiva humana, dengue, leptospirose, peste, doença de chagas, gonorréia, AIDS e esquistossomose. (em negrito: destaques no Brasil).

Malária: é uma doença aguda causada por uma das espécies de protozoários do gênero "Plasmodium".

Incubação: média de 12 dias.

Incubação de uma doença - o período desde a aquisição do fator que causa a doença até ela se manifestar.

Transmissão: picada de mosquitos do gênero "Anopheles". No Brasil, a malária é endêmica na Região Amazônica e Centro-Oeste.

Sintomas: febre alta e intermitente, acompanhada de intenso calafrio, que o acomete a casa 24, 36 ou 48 horas.

Complicações: insuficiência renal aguda, choque, encefalite, coma malárico e edema agudo dos pulmões seguido de morte.

Tratamento: emprego de antimaláricos, objetivando sempre combater as formas periféricas e teciduais.

Febre Amarela: É uma doença aguda e de início abrupto (repentino) caracterizada por febre alta com calafrios, perda de albumina (proteína) pela urina e vômitos hemorrágicos.

Transmissão: picada do "Aaedes Aegypti"

Incubação: de 3 a 6 dias.

Epidemiologia: No Brasil: no Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso (como doença endêmica).

  • Febre Amarela Urbana: pode ser controlada pela erradicação do mosquito;
  • Febre Amarela Silvestre: é impossível de ser controlada, visto que o vírus é encontrado nas florestas em seu reservatório natural.

Sintomas: dor de cabeça intensa e dores nas costas, febre alta com pulso lento e icterícia (coloração amarelada da pela e das mucosas – destruição das células do fígado e à passagem para a corrente sanguínea, de grande quantidade de bilirrubina), vômitos de sangue escuro (hematêmese), e evacuações de sangue também escuro (melena); podem surgir pontos hemorrágicos na pela (petéquias) e sangramento pelas gengivas.

Complicações: hipotensão, delírio, choque, convulsões e coma, podendo levá-lo ao óbito em duas semanas.

Tratamento: A mortalidade é alta em virtude de não haver tratamento específico (faz-se o tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicos, hidratação e com todos os cuidados de enfermagem).

Obs.: Toda doença causada por vírus (virose) não possui medicação. Deverá restabelecer o sistema imunológico para combater (depois de vencida, a pessoa ficara imune para sempre).

Dengue (quebra ossos)

Transmissão: “Aedes Aegypti”;

Incubação3 a 15 dias.

Sintomas: febre alta (40 a 41 °C), cefaléia, prostração, mialgia (dor muscular), exantema (manchas vermelhas na pele), dor nas articulações, morte no caso de comprometimento renal ou hemorragias.

Epidemiologia: Idem à febre amarela.

Profilaxia: vigilância epidemiológica, luta contra o vetor (mosquito).

Prostração – Estado de abatimento extremo, físico e psíquico, que se traduz por imobilidade total e ausência de reações às solicitações exteriores.

Doença de Chagas: doença sistêmica, infecciosa;

Transmissão: "Trypanosoma Cruzi" (inseto protozoário que, durante o dia, vive escondido nas frestas das casas de taipa e é conhecido como Barbeiro).

Epidemiologia: endêmica em: Goiás, Mato Grosso, Bahia, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e Paraíba.

Incubação: é de 5 até 14 dias.

Sintomas: febre alta, mal-estar, astenia (fraqueza), falta de apetite e dor de cabeça. Pode ocorrer adenomegalia (aumento dos gânglios linfáticos), hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço) e edema (aumento do coração, podendo causar insuficiência cardíaca).

Complicações: na fase aguda e fase crônica, o Trypanosona Cruzi se assesta no coração, esôfago e intestino grosso, causando o aumento do volume desses órgãos.

Profilaxia: educação sanitária, melhoria da situação socioeconômica da população e no combate ao Triatomídeo (forma menos desenvolvida do trypanosona cruzi).

Tratamento: ainda não existe uma forma definitiva de combate específico da doença.

Cólera: doença aguda de início súbito, causada pelo bacilo “vibrião colérico”, encontrado nas fezes.

Incubação: de 1 a 3 dias.

Sintomas: diarréia líquida (fase de evacuação – 2 a 12h), em grande quantidade, e contendo pedaços de muco. Surgem vômitos profusos.

Complicações: (fase de colapso – período crítico e possível morte) a pele se torna frouxa, os olhos encovados; o paciente apresenta um ar patético e grande ansiedade. Como é grande a perda de eletrólitos, o enfermo passa a ter câimbras intensas. O paciente não perde a consciência, mas seu estado de prostração (depressão) e astenia (fraqueza) é muito grande. Se o paciente sobrevive a esse estágio dramático da doença, em 4 ou 5 dias entra na fase de convalescença (é o chamado período de reação).

Profilaxia: tratamento da água que vai ingerir, seja por ebulição ou com tabletes de cloro ou iodo. Não devem ser ingeridos alimentos crus. Deve-se ferver o leite ou usar o pasteurizado, selecionar lugares de estadia isenta de moscas e nos quais os alimentos sejam manipulados por pessoas sadias.

Somente 50% das pessoas vacinadas adquiriram imunidade.

Tratamento: emprego de antibióticos.

Esquistossomose Mansônica (Verminose Intestinal): é causada por um verme trematódeo do gênero Schistosomamansoni. No Brasil, é endêmica nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Incubação: de 4 a 6 semanas aproximadamente (veja o ciclo):

Complicações: infecção das vias aéreas superiores, bronquite asmática, prurido e urticária. Pode ocorrer diarréia, febre, desidratação leve e aumento doloroso do fígado e baço. Anos depois surgem os sintomas mais graves. Então não há febre, o fígado se torna fibrosado, há aumento do baço, formação de varizes no esôfago, hipertensão ou hemorragia digestiva maciça causada por ruptura das varizes do esôfago.

Profilaxia: combate ao caramujo através do uso de inseticida lançado nas lagoas (método químico) ou pela presença de um outro caramujo do gênero pomacéa, que come os ovos e os embriões do planorbis, destruindo-os (método biológico).

Tratamento: a fase aguda da doença pode ser tratada com esquitossomicidas, acompanhados do tratamento sintomático.

Febre Tifóide: É uma doença febril aguda transmissível e com grave comprometimento sistêmico. Causada por um bacilo, a "Salmonella Typhi", incide em áreas carentes de saneamento básico.

Transmissão: através do ciclo anal-fecal-oral, (pela água e alimentos contaminados).

Portadores: pessoas que albergam no seu organismo a Salmonella Typhi, porém, não apresentam os sintomas da doença. Não transmitem a outras pessoas.

Sintomas: perda de apetite, prostração, dor de cabeça intensa e contínua, desconforto abdominal e náuseas.

Complicações: confusão mental, delírio e coma. É muito comum diarréia sanguinolenta. A morte geralmente ocorre por perfuração intestinal (a bactéria geralmente acaba com o intestino) e hemorragias. É uma doença de notificação compulsória e o enfermo deve ficar em hospital de isolamento.

  • Febre Paratifóide: mais frequente que a febre tifóide.

Sintomas: menos intensos e é causada pela "Salmonella Paratyphi". Não apresenta as demais complicações.

Gonorréia ou Blenorragia: DST (Doença Sexualmente Transmissível) bacteriana (diplococo), denominada "Neisseria Gonorrheae".

Incubação: de 2 a 5 dias.

Sintomas: manifesta-se subitamente, causando desconforto uretral seguido frequentemente de ardor e dor à micção e também a eliminação de secreção purulenta (pus) pelo meato (canal) uretral (homem). É a uretrite anterior aguda que pode ascender e atingir a uretra posterior, próstata, vesículas seminais e o epidímio.

Na mulher pode causar uretrites e cervicites (inflamações do colo do útero) assintomáticas em cerca de 80% dos casos. Algumas vezes ocorre secreção vaginal. A doença pode causar esterilidade, principalmente na mulher, bem como atrite, faringite e até endocardite meningite. No recém-nascido pode causar cegueira.

O tratamento é feito com penicilina benzatina 2.4000.000 UI, duas doses de 7 em 7 dias.

Herpes Simples: DST viral ("Herpevirus Hominis" tipo 2).Período de incubação que vai de 2 a 20 dias.

Sintomas: sensação de queimor ou suave ardor na área genital, nevralgia (dor nervosa – irreal, mas que é entendida pelo cérebro) nas nádegas ou na região das coxas, que perduram por até 24 horas; ardor tipo queimação, prurido (coceira) ou inchaço no ponto do órgão genital atingido, micro-vesículas que logo se rompem, formando uma única úlcera bastante dolorosa, com secreção branco-acinzentada, e que tende à cicatrização.

A doença é altamente contagiosa, mesmo que o paciente não apresente úlceras, e persiste por toda a vida.

Herpes Labial Recorrente: febre alta, queimadura do sol, traumatismos, tensão emocional (stress) e a fadiga. As lesões localizando-se nos lábios, junto à borda vermelha. Evolui para a cura como o herpes genital. A estomatite herpética ocorre com bastante frequência após o contato orogenital.

Tratamento: Não existe tratamento específico para o herpes até o presente momento.

AIDS (SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): (vírus HIV-1)

Transmissão: contato sexual, sangue e seus derivados, via materno-fetal (estando incluído nesta a gravidez, o trabalho de parto e a amamentação) e materiais contaminados.

O período de incubação e a cura são desconhecidos.

Sífilis: DST (O Treponema pallidum é uma bactéria do tipo espiroqueta).

Incubação: de 10 a 90 dias (média de 21 dias).

Sintomas: Fase Primária: aparece o cancro - uma pequena ferida ou ulceração firme e dura que ocorre no ponto exposto (geralmente no pênis, na vagina, no reto ou na boca). Ocorre disseminação hematogênica. Secundária: uma erupção cutânea aparece de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão primária ter desaparecido. Na terceira fase, após vários anos, há formação de gomas sifilíticas – tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem acontecer em quase qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto ósseo.

Complicações: neurosífilis e a sífilis cardiovascular.

Tratamento: antibiótico (penicilina G benzatina ou tetraciclinas).

Hepatite: é uma doença primária do fígado causada por vírus.

Transmissão: Os tipos A e B são transmitidos por via oral, via sexual e também por fezes e urina. Possui um período de incubação variando entre 10 e 40 dias (em média 21 dias). Ambas são agudas no primeiro estágio. A hepatite A, muito comum no Brasil, é sempre benigna, totalmente curável e nunca se torna crônica. Acomete em grande parte as crianças. Já 10 a 15% dos casos de hepatite B tornam-se crônicos e 5% destes evoluem para cirrose.

Sintomas: mal-estar, enjôo, adinamia (redução da força muscular), vômitos após comer, febrícula, discreto desconforto e dolorimento no hipocôndrio direito (parte do abdômem logo abaixo do peito direito) e icterícia (amarelamento de pele e mucosas). As hepatites A e B podem ser assintomáticas – o que torna o quadro mais perigoso, principalmente quando se trata da hepatite B (a mais grave das duas).

Tratamento: deve-se proceder ao isolamento do paciente, mesmo no seu domicílio, com o cuidado de manter utensílios de seu uso exclusivo, uso de banheiro privativo, e todo material descartável. Repouso relativo e restrição de gordura, assim como evitar bebida alcoólica por um ano a partir da cura. O uso de medicamentos é discutido.

Micoses Superficiais: causadas por fungos que podem atingir a pele, as unhas e o couro cabeludo das pessoas, independente de idade, sexo ou cor.

Sintomas: vermelhidão da pele, descamação e prurido. Pode ocorrer deformidade e escurecimento das unhas, e queda dos fios do cabelo, os quais se quebram próximo à raiz.

Tipos comuns: pano branco, a impinagem do couro cabeludo, a impinagem da pele glabra e a frieira ou pé de atleta.

Profilaxia: como secar bem os pés após o banho, evitar o uso de sapatos fechados, sempre usar meias limpas e secas, bem como pó anti-séptico nos pés.

Tratamento: antimicóticos por via oral ou tópico em forma de loções, creme ou pés. Persista contra os sintomas.

Raiva: (infecciosa aguda) o vírus se aloja e cresce no SNC indo para as glândulas salivares.

Incubação: de 6 a 8 meses (média de 2 a 3 meses);

Sintomas: A pessoa em surto agressivo, saliva espuma branca contagiosa.

Tratamento: Lavar ferida com água e sabão aplicando um antisséptico; soro anti-rabico, vacina anti-rabica.

Tétano: doença infecciosa causada pela exotoxina do clostridium tetani, agindo sobre as células motoras do SNC. Não-contagiosa.

Águas putrefatas, ferrugem, agulhas não esterilizadas, espinhos e pequenos galhos de árvores, terra contaminada com fezes de animais ou humana.

Tratamento: lavar ferimento, desinfetar com água oxigenada (ou solução de permanganato de potássio) e aplicar um antibiótico em pó, penicilina procainada, soro antitetânico.

Não-contagiosa interpessoalmente.

Tuberculose: doença bacteriana crônica.

Transmissão: contato com o ar vindo de pulmões infectados, leite (e derivados) não pasteurizado.

Sintomas: tosse persistente, fadiga, falta de apetite, emagrecimento, febre, dor no peito, sudorese noturna e hemoptise (expulsão de sangue dos pulmões via escarro ou tosse).

Complicações: hemorragias (a morte vem pela aspiração do sangue, não da hemorragia) e pneumotórax (colapso do pulmão – pode causar parada respiratória).

Profilaxia: vacinação (BCG), boas condições sanitárias.

Incubação: de 4 a 6 semanas.

Meningite: pode ser vírus, bactéria, protozoários, fungos ou outros fatores. (neisseria meningitidis)

Sintomas: inflamação das membranas que envolvem o cérebro (rigidez na nuca) e a medula, cefaléia e náuseas.

O tipo meningocócica é mais comum; se não tratada, pode ser fatal.

Incubação2 a 10 dias.

Transmissão: contato direto com secreções do nariz e garganta ou perdigotos (gotículas da fala) de uma pessoa infectada.

Sintomas: febre e cefaléia intensas, náuseas, vômitos em jatos, rigidez da nuca com dificuldade em abaixar a cabeça e, ocasionalmente, manchas avermelhadas.

Complicações: prostração súbita, colapso e choque.

Profilaxia: vacinação. Não visitar doentes, evitar locais fechados.

Tratamento: isolamento, deitar paciente em decúbito dorsal e sem travesseiro nas primeiras 24h, antibióticos.

Epidemiologia: regiões temperadas durante inverno e primavera.

Leishmanioseleishmaníase, calazar ou úlcera de Bauru: é provocada pelos protozoários do gênero Leishmania,

Transmissão: mosquito flebotomíneos (Lutzomyia), também chamados de mosquito palha ou birigui.

Epidemiologia: A maior parte foi registrada nas regiões Nordeste e Norte do Brasil.

  • Leishmaniose visceral: (kala-azar e febre negra) é a forma mais severa. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea e resulta em morte se não tratar.

Sintomas: febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço (são muito fáceis de confundir com os da malária).

Incubação: O progresso da doença é extremamente variável, demorando entre 1 a 20 semanas.

Uma forma secundária da doença pode começar, chamada leishmaniose dérmica pós-kala-azar ou LDPK. Se manifesta primeiro como lesões de pele na face (se assemelham a lepra) e pode causar cegueira se atingirem os olhos. Esta doença não é a leishmaniose cutânea, uma doença mais moderada

Profilaxia: por redes ou repelentes de insetos, construção de moradias humanas a distância superior a 500 metros da mata silvestre e pela erradicação dos Phlebotomus /Lutzomyia.

Tratamento: O tratamento é por administração de compostos antimóniais, pentamidina, anfotericina ou miltefosina.

Encefalite viral: é uma doença que atinge o cérebro e cujo modo de transmissão é a picada de mosquitos e carrapatos.

O vírus é introduzido na corrente sanguínea pela picada do artrópodo portador. Atinge as células do cérebro, onde se reproduz.

As medidas de controle são o combate aos artrópodos vetores. Não existem vacinas.

Varíola: tem início súbito, provoca grande número de manchas vermelhas pelo corpo. É erradicada no Brasil.

Etiologia: poxivirus varíolae.

Sintomas: febre, mal-estar, cefaléia e dores abdominais.

Transmissão: contato com secreções, lesões da pele e mucosa.

Profilaxia: vacina (8 meses e reforço aos 7 anos)

Tratamento: isolamento, dieta hipercalórica e hiperprotéica, hiperhidratação.

Obs.: Exemplos de períodos de incubação

Gripe = 1 a 3 dias; Gonorréia = 2 a 9 dias; Sífilis = 0 a 30 dias; Rubéola = 14 a 25 dias; Sarampo = 7 a 14 dias; Caxumba = 20 a 26 dias; Tétano = 2 a 15 dias; Meningite = 2 a 10 dias; Hepatite = 10 a 40 dias.

  • Vacinas obrigatórias (Aviação Comercial): febre amarela e tétano;
  • Vacinas importantes: antidiftérica, antigripal, anti-rubéola; contra parotidite (caxumba), contra cólera, contra meningite tipo B, contra sarampo, contra hepatites A e B, contra tuberculose e contra varicela (catapora).
  • No caso de paciente a bordo com sinais e sintomas de meningite (febre alta, vômitos em jato, dor de cabeça intensa e rigidez da nuca), recomenda-se, se ele estiver consciente, deixá-lo em um dos últimos assentos e comunicar o fato ao Comandante.

 

 

Parto a Bordo

 

Parto de emergência (Parto Súbito – fora do meio hospitalar)

  • Primípara: a mulher dá a luz pela 1ª vez (média 8h de parto);
  • Múltípara: já teve um parto normal antes (média de 2 a 3 horas);
  • Parturiente. Estado de trabalho de parto;
  • Puérpera: é a mulher que deu a luz até 45 dias (resguardo).

Reconhecimento: contrações (menos de 2min entre cada uma) (é quando acontece a dilatação do colo uterino, [logo após o coroamento], com a eliminação do tampão mucoso e líquido amniótico).

Iminência de Parto a Bordo:

Comunicar o Comandante e procurar médico, enfermeiro, veterinário ou qualquer outro profissional da área da saúde;

Anotar o nome e a identidade do profissional;

Adaptar a Parturiente no corredor, previamente coberto por manta, entre as duas poltronas próximas da cauda do avião;

Estando a Parturiente em trabalho de parto:

Cuidados no pré-parto: fazer a assepsia com água e sabão das coxas, vulva, períneo e os pêlos pubianos, visto que, não se fará tricotomia (tirar os pêlos). Não deixar evacuar – cobrir ânus, retirar adornos, assepsia com água e sabão, utilizar anti-séptico na região, colocar parturiente na posição apropriada.

Obs: Em hospital faz-se a epistemia, para facilitar o parto e diminuir a hemorragia.

Sequência do Auxílio ao Parto:

  • Passagem da cabeça pelo canal vaginal;
  • Verificar se o cordão umbilical está enroscado;
  • Auxiliar a passagem dos ombros para a vinda d bebê;
  • Desobstruir as vias aéreas do recém-nascido;
  • Ligadura do cordão umbilical (cortar o cordão umbilical) para fornecer a formação do coto umbilical, ou seja, necrose asséptica;
  • Parto da placenta (retirar toda a placenta).

Cuidados com o RN:

Cabeça mais baixa, prevenir hipotermia.

Cuidados com a puerpera:

Aquecer, preservar intimidade, reconhecer estado puerperal.

Conduzir ao hospital: RN, puerpera e placenta.

Cuidados com a Gestante: Acima de 4 meses o cinto de segurança deve ser colocado sobre o baixo ventre, com um ou dois travesseiros apoiados nas coxas; A ida ao toilete: acompanhada por um CMS; Se for preciso, administrar 1 Dramin (podendo repetir após 4 horas) caso seja solicitado pela gestante; Não oferecer chá, café, etc. porque são estimulantes.

Até 6 meses, a gestante pode voar sem atestado, com 7 meses, pode voar apenas com atestado simples e, com 8 mesescom atestado completo (para a ANAC, a gestante só pode voar até o 7º mês de gravidez).

O atestado médico (assinado) deve ter validade de 72 horas;

Aborto Embrionário (em torno de 2 meses);

Aborto Fetal (de 3 a 6 meses);

Parto Prematuro (7 a 8 meses);

Parto à Termo (9 meses = 40 semanas);

Parto Senatonino (+ de 9 meses).

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